Porquê desenhos sobre comportamento

Falar de comportamentos não adequados sobre qualquer ser humano, não é um assunto fácil. Esse parâmetro deve ser medido sempre levando em consideração os costumes, cultura, expectativas e frustrações que anseiam àqueles que analisam a situação em questão, quanto àqueles que vivenciam essa mesma situação.

Desse modo apontar para alguém e dizer que esse ou aquele comportamento é inadequado pode soar pretensioso, preconceituoso e acima de tudo, a busca de uma padronização de comportamento social, o que seria totalmente perigoso, pois as diversidades e especificidades de cada indivíduo deixam de ser importantes e deixam de ser respeitadas.

Entendemos também no convívio com nossos filhos, que todo comportamento sinaliza um sentimento e nos passa uma mensagem que por vezes fica explícito o que ser quer fazer entender, ou por vezes é um enigma a ser decifrado. E isso não se aplica ao meu filho autista. Temos um garoto adolescente “típico” que muito nos faz refletir em como agir com nosso filho pré-adolescente, autista.

Nessa reflexão compreendemos que alguns comportamentos recorrentes em pessoas do espectro autista sinalizam emoções e sensações, porém algum desses comportamentos trazem consigo sentimentos e consequências danosas ao autista e àqueles que com ele convivem. O comportamento danoso de uma pessoa autista não possui a intenção de prejudicar o próximo ou a si, esse comportamento sinaliza uma comunicação, algo que precisa ser modificado, algo que esta acontecendo ou físico, sensorial  ou emocional e necessita ser visto com devida atenção e investigação.

Mesmo ponderando essas considerações, entendemos que precisamos ajuda-lo a achar uma outra forma de se comunicar e aprender a controlar determinados impulsos  ao se expressar.

Pensando nisso e em como nosso filho responde de maneira positiva as variadas imagens que apresentamos a ele no decorrer de seu aprendizado, iniciamos uma série de desenhos onde ilustrávamos essas difíceis situações de comportamento, que atingem acima de tudo sua integridade e dificulta sua convivência com os demais.

E aqui mesmo em casa (com papel e lápis)  produzimos alguns desenhos onde mostramos a ele o não morder, não ficar furioso na escola, não se jogar no chão, não tirar a roupa na frente das pessoas… coisas simples para uns e que para ele, de forma honesta, significa extravasar algo que o incomoda profundamente.

Alguns pais compartilham desse mesmo pensamento e conduta (em relação aos desenhos) que temos com nosso filho e nessa troca de vivência uma mãe nos encomendou alguns desenhos personalizados, para ajudar a seu filho numa situação recorrente a todos nós cuidadores, a mordida.

Esperamos ser útil a quem precisar. Leia os desenhos como uma história, ajudando seu filho a se reconhecer nessa situação. Compartilhe com ele a alegria de ter uma atitude ruim controlada, valorizando sempre sua conquista, com elogios e empolgação.

Ressaltamos sempre que essa “atitude ruim” sempre esta associada a uma comunicação. Acredite se ele soubesse explicar ou reconhecer o que sente não agiria de tal forma.

Pensando em como utilizar esse desenho com nosso filho/a: devemos mostra-lo a ele/ela e faze-los se reconhecerem no desenho e demonstrar acima de tudo que ao se acalmar achará a melhor maneira para se expressar.