O QUE SÃO DESENHOS ROTEIRIZADOS

SOBRE O AUTISMO

A dificuldade de interação social, em níveis mais ou menos graves, é uma das características marcantes das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Segundo Czermainski e outros (ver referência abaixo), “o autismo é um transtorno neurodesenvolvimental caracterizado por prejuízos sociais, comportamentais e de comunicação”. Estudos desde a década de 1940 descrevem uma série de distúrbios comuns no desenvolvimento desses pacientes, como a “profunda inabilidade no relacionamento interpessoal, atrasos na aquisição e distúrbios no desenvolvimento da fala, dificuldades motoras e comportamentos repetitivos e estereotipados” (idem).

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DESAFIOS EDUCACIONAIS

Para as pessoas com autismo, independentemente do nível mais ou menos severo de seu transtorno, a interação com o mundo externo não é uma tarefa simples. Muitas vezes, por limitações na capacidade de usar a linguagem para interação social, comportam-se de forma apática ou inesperadamente agressiva. Por outro lado, nem sempre conseguem assimilar determinadas mensagens verbais e não verbais de pessoas próximas, como linguagem figurada ou implícita. Têm dificuldade para lidar com excesso de estímulos do ambiente, como ruídos altos, iluminação excessiva, lugares com muitas pessoas juntas.

Por esse motivo, familiares, cuidadores e professores enfrentam, cotidianamente, inúmeros desafios na educação das pessoas com TEA com quem convivem. Por exemplo:

  • Como desenvolver a autonomia para tarefas básicas de autocuidado, como usar corretamente o banheiro, lavar as mãos ou tomar banho?
  • Como explicar certas alterações imprevistas na rotina da família, como a viagem do pai, a gravidez da mãe ou a mudança de um irmão que vai morar sozinho?
  • Como fazê-las entender a inadequação de determinados comportamentos, como gritar, bater no outro, morder a si mesmo ou jogar-se no chão, em explosões de raiva e descontrole?
  • Como desenvolver a autonomia para tarefas mais complexas, como ir ao mercado, pegar um ônibus, ir ao cinema ou a um hospital?

Esses são alguns dentre tantos aprendizados necessários ao convívio social e desenvolvimento pessoal das pessoas com TEA, ajudando-as na construção da autonomia para controle de suas emoções e realização de atividades de vida diária (AVDs).

 


CZERMAINSKI, Fernanda Rasch e outros. Funções executivas em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro do Autismo: uma revisão. Revista Psico (on-line), 2013. Disponível em: <http://goo.gl/H7bbjn>

UM CAMINHO POSSÍVEL

Desenho Roteirizado é um recurso de apoio visual (não um tratamento) que pode ajudar crianças, adolescentes e adultos com TEA na superação de diversos desafios de aprendizagem. Seu objetivo é ajudá-las a compreender contextos sociais, minimizar comportamentos agressivos e controlar impulsos, contribuindo assim para desenvolver a autonomia.

Essa técnica desenho, criada por Adriana Godoy e Neimer Gianvechio, pais de um adolescente autista, foi inspirada em abordagens voltadas para o tratamento de pessoas com TEA que fazem uso de imagens e figuras, como o TEACCH, o PECS e as Histórias Sociais. A inovação que propõem é o uso de recursos específicos de roteirização de histórias em quadrinhos na construção dos desenhos.

Estudos e observação empírica comprovam que pessoas com autismo são frequentemente aprendizes visuais, ou seja: aprendem com mais facilidade a partir de pistas visuais que por meio de mensagens escritas ou faladas. Daí a importância do uso de recursos visuais no apoio à comunicação e educação.

No curso EAD disponível neste site, Adriana conta um pouco da história da sua família, os primeiros Desenhos Roteirizados que fizeram para o filho, o que deu certo e o que não deu, como usá-los no dia a dia, além de dicas mais técnicas sobre a produção de roteiros e desenhos.

SAIBA MAIS

A técnica consiste em uma história seriada, semelhante a uma história em quadrinhos, composta por gravuras e mensagens simples relacionadas à vida do autista. Apresenta um desafio e a forma de superá-lo, a partir da perspectiva dele. A abordagem é sempre assertiva e orientada para organização das ideias, planejamento, aquisição de novas habilidades, compreensão social, aprimoramento da autonomia e da capacidade cognitiva.

Adriana e Neimer acreditam que qualquer pessoa, com a devida orientação, pode desenvolver por si mesma Desenhos Roteirizados adequados à realidade da pessoa com TEA com quem convive, uma vez que as necessidades variam de caso a caso. Acreditam também, que todas as pessoas, autistas ou não, sem exceção, são educáveis e têm a incrível capacidade de aprender sempre, embora cada um demande um ritmo e um tempo próprios.

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Acesse a seção CURSO EAD, também no menu superior, para participar do curso “Como elaborar Desenhos Roteirizados para pessoas com TEA”.