O que é o Autismo?

“O Transtorno do Espectro do Autismo é um Transtorno do Neurodesenvolvimento”

Alertou o Professor, Dr. José de Jesus Mari, no inicio de sua aula no Simpósio de Atualização sobre Autismo (A&R e Instituto Pensi-SP) em outubro de 2015. E mais a frente ele define, em sua aula sobre Epidemologia:

“A Essência do autismo é: interação e comunicação social (Dr. José de Jesus Mari- UNIFESP).”

Transtorno do Espectro Autista, TEA. O que é?

O TEA é uma condição geral para um grupo complexo do desenvolvimento atípico do cérebro. Esses distúrbios se caracterizam por impactos na comunicação social e comportamentos repetitivos, interesses específicos e alterações sensoriais.

Embora todas as pessoas com TEA partilhem dessas características, as mesmas se manifestam de formas diferentes em cada pessoa. Essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do seu desenvolvimento.

O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm  distúrbios do sono, distúrbios gastrointestinais, podem apresentar outras condições como síndrome de déficit de atenção, hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão. Tais distúrbios são conhecidos por comorbidades,  quando temporárias e condições co-existentes, quando parte inerente da pessoa.

Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde necessidades educacionais com níveis de apoio, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas pessoas com autismo poderão ser autônomas, com pouco nível de apoio, e outras poderão precisar de apoio especializado em demanda mais intensa ao longo de toda a vida.

Ser autista:

” I – Uso de meios próprios para comunicação, literalidade, concretude, comunicação não oralizada;

II – Uso de meios próprios para interagir socialmente e permanente questionamento quanto à validade de determinadas convenções sociais;

III – Hiperfocos ou interesses específicos por determinados temas e atividades, bem como apego, por necessidades sensoriais, a rotinas e necessidade de planejamento; e

IV – Recebimento, processamento e reação a estímulos sensoriais de forma peculiar, podendo apresentar hiper ou hipossensibilidade, rigidez mental e necessidade de autocontrole sensorial por meio de auto-estímulos sensoriais (estereotipias)”.

(Contribuição ABRAÇA Associação Brasileira para Ação Por Direitos das Pessoas Autistas. )

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Consideração pertinente.

No manual do SUS (2015), o conceito “ser autista”, não esta atualizado. Ser autista é uma condição neurodiversa, parte da diversidade humana. Uma conquista do protagonismo, da condição neurodiversa. Durante algum tempo essas nomenclaturas eram outras.

“Geralmente, as classificações se organizam em torno de categorias dicotômicas. Nesses sistemas, chamados de categoriais, uma pessoa ou “tem” ou “não tem” um, transtorno qualquer. No entanto, as classificações também podem ser dimensionais. Nesse caso, uma pessoa pode apresentar um  problema, uma disfunção ou um grupo de sintomas em “grau” maior ou menor. Uma pessoa com um transtorno mental é, antes de tudo, uma “pessoa” e não um “transtorno”. Neste sentido, um indivíduo “com” TEA não “é” um “autista”. Um rótulo classificatório não é capaz de captar a totalidade complexa de uma pessoa, nem, muito menos, a dimensão humana irredutível desta

(Manual de Atendimento a Família e Pessoa Com TEA- 2015/ SUS)”.

Linha De Cuidado Para A Atenção Às Pessoas Com Transtornos Do Espectro Do Autismo E Suas Famílias Na Rede De Atenção Psicossocial Do Sistema Único De Saúde (SUS) 2015:  https://autismoprojetointegrar.wordpress.com/linha-de-cuidado-para-atencao-as-pessoas-com-tea-manual-do-sus

DSM: https://pt.wikipedia.org/wiki/DSM-5

DSM-V: (http://www.dsm5.org/Pages/Default.aspx)

Revisado em janeiro de 2021.